Primavera traz aumento de crises alérgicas: médica explica causas e cuidados para aliviar os sintomas

Primavera traz aumento de crises alérgicas: médica explica causas e cuidados para aliviar os sintomas

Foto: Vinicius Becker (Diário)

Com a chegada da primavera, a polenização das flores e o aumento das temperaturas podem trazer um incômodo para muita gente: o agravamento das crises alérgicas. O cenário é recorrente nesta época do ano, quando a combinação entre pólen, mudanças bruscas de temperatura e maior exposição a agentes externos fazem crescer a procura por atendimento médico. As vias respiratórias são as mais atingidas, principalmente com doenças como rinite, asma e conjuntivite alérgica, que se intensificam no início da estação.


+ Receba as principais notícias de Santa Maria e região no seu WhatsApp


A médica Viviane da Silva Carlotto, especialista em alergia e imunologia e com ampla experiência no atendimento a pacientes com doenças respiratórias de origem alérgica, explica que o aumento das crises alérgicas na primavera não é apenas uma impressão popular, mas um fenômeno real e previsível. 


– É muito comum, nesta época do ano, o aumento das crises de rinite alérgica, alergia ocular e asma alérgica –  afirma. 


Durante a primavera, o ambiente sofre uma série de transformações que afetam diretamente quem tem predisposição a alergias. O ar fica mais seco, as plantas liberam mais pólens, e a variação térmica entre manhãs frias e tardes quentes causa irritação das vias respiratórias. Essa combinação forma o cenário ideal para o aparecimento dos sintomas. Segundo a especialista, o aumento de casos está diretamente ligado à maior concentração de pólens de gramíneas e árvores, típicos da estação, e às mudanças de temperatura dentro de um mesmo dia, que acabam irritando a mucosa nasal e favorecendo crises de rinite e asma. 


– Ocorre um aumento das crises de rinite, asma e alergias oculares no período da primavera devido à exposição dos pacientes aos pólens de gramíneas tão comuns nesse período do ano. Além disso, também ocorrem diversas mudanças de temperatura pela instabilidade, o que faz os pacientes terem sintomas – explica.


Outro fator que potencializa as reações alérgicas é a presença de mofo e poeira acumulados durante o inverno. Com a retomada da ventilação natural e a maior circulação de ar, esses agentes acabam se espalhando novamente pelos ambientes. 


Tipos de alergias

As alergias mais comuns nessa época são as respiratórias, mas outras também podem aparecer com mais frequência. como reações a picadas de insetos. Nesses casos, há uma reação do sistema imunológico a substâncias normalmente inofensivas. Quando o organismo entra em contato com pólens ou outros alérgenos, por exemplo, o sistema de defesa libera mediadores inflamatórios que provocam irritação e desconforto. 


Gripe x Reação alérgica

A semelhança entre sintomas alérgicos e os de um resfriado ou gripe muitas vezes confunde os pacientes. No entanto, existem diferenças claras. Nas alergias, os sintomas tendem a ser persistentes e sem febre, enquanto nas infecções virais o corpo reage de forma mais ampla. 


– A crise de alergia vai causar congestão nasal, coriza, espirros, lacrimejamento ocular, tosse e coceira. Esses sintomas podem estar presentes também no resfriado ou gripe, porém nesses últimos o paciente sente dor de garganta, dor no corpo, febre e dor de cabeça – compara a médica.


Diante de sintomas recorrentes ou persistentes, o ideal é procurar um profissional de saúde para diagnóstico e tratamento adequados. A automedicação, além de pouco eficaz, pode mascarar sintomas importantes. Além disso, o tratamento das alergias é sempre individualizado e pode incluir desde medicamentos antialérgicos até terapias de dessensibilização. Entre as opções disponíveis, a imunoterapia alérgeno-específica tem se mostrado uma alternativa eficaz para casos selecionados. 


– A imunoterapia é uma excelente opção terapêutica, pois visa dessensibilizar o paciente para os alérgenos causadores dos sintomas das crises de alergia. Esse é o único tratamento que tem o objetivo de tratar a causa da alergia – complementa.


Hábitos para prevenção

Além do tratamento médico, hábitos de limpeza e organização dentro de casa fazem toda a diferença na prevenção. Manter o ambiente ventilado e limpo, evitar acúmulo de poeira e higienizar filtros de ar-condicionado são atitudes simples que ajudam a reduzir crises. Outros itens que merecem atenção são os tecidos usados no vestuário e na cama. Materiais naturais, como algodão, reduzem a irritação da pele e o acúmulo de ácaros. Por fim, a especialista reforça o uso de capas antialérgicas em travesseiros e colchões, que ajudam a melhorar o conforto respiratório.


– O controle ambiental pode ajudar a reduzir muito os sintomas das crises de alergia. Evitar uso de tapetes, carpetes, cortinas, manter ambientes arejados, fazer a higiene diária da casa com pano úmido, higienizar periodicamente filtros de ar-condicionado, evitar plantas dentro do domicílio e dar banhos periódicos nos pets são atitudes que fazem diferença – explica a alergista.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Ministério da Saúde lança Plano Nacional de Contingência para emergências em saúde pública causadas por chuvas intensas Anterior

Ministério da Saúde lança Plano Nacional de Contingência para emergências em saúde pública causadas por chuvas intensas

Secretaria da Saúde promoverá ação contra a dengue no sábado em Santa Maria; veja como participar Próximo

Secretaria da Saúde promoverá ação contra a dengue no sábado em Santa Maria; veja como participar

Saúde